sábado, 28 de março de 2009

Textos Descritivo e Argumentativo

TEXTO DESCRITIVO

O quadro de Portinari apresenta uma plantação de café e trabalhadores desempenhando diversas funções, como colher, selecionar e ensacar o café colhido. Também há uma mulher negra sentada e um homem branco dando ordens, além de sacos de café empilhados.

Neste quadro o que mais me chama atenção é a fisionomia cansada mas conformada no rosto de um dos trabalhadores, onde é possível quase sentir o sol forte no meio de uma tarde de muito trabalho.


TEXTO ARGUMENTATIVO

A música “Construção” de Chico Buarque consegue retratar intensamente a rotina do ultimo dia trabalho de um homem, que com intensidade amou e na simples realização da sua função morreu. Apenas trocando algumas seqüências textuais na letra da música o compositor consegue abranger diversos pontos de vista sobre o mesmo momento do dia, como é visto nos trechos: “sentou para sentar como se fosse sábado” e “sentou para descansar como se fosse o príncipe”

Sem deixar de mostrar o esforço e a necessidade do trabalho para o homem, o compositor ressaltou o lado “máquina” do trabalhador sem deixar de valorizar seu lado humano.


Trabalho

As quatro manifestações de trabalho apresentadas abordam experiências específicas do tema, de forma que é possível exemplificar com um quadro, analisar com uma música, regulamentar com um edital ou definir com uma fórmula. Porém, um assunto tão abrangente como este poderia ser representado em muitas outras situações.


Ao observar o quadro “O Café” que Portinari apresentou em 1934 não se pode ver apenas trabalhadores colhendo, moendo e ensacando o café, mas deve-se lembrar que nesta época os trabalhadores exerciam seu trabalho em condições precárias e o Brasil, o maior produtor de café, assim como o restante do mundo sofria as conseqüências da crise de 1929.


O decreto de Getúlio Vargas data de pouco menos de dez anos após o quadro de Portinari e tem como função regularizar o trabalho e garantir que o trabalhador seja minimamente valorizado pela sua atuação.


No texto apresentado encontra-se a fórmula do salário mínimo em que constam os itens necessários para a sobrevivência de um trabalhador adulto, de forma que ao vender sua força de trabalho este deve receber, pelo menos, o suficiente para se manter vivo com a mínima qualidade.


Já a música “Construção” de Chico Buarque coloca toda a intensidade de uma vida resumida nos últimos momentos vividos por um trabalhador, caracterizando-o como um individuo que, apesar de ter um papel fundamental na sua família e ama-la da forma mais grandiosa que pudesse, não passava de um trabalhador, que ao morrer, não fazia nada além de atrapalhar o trânsito.


A definição física de trabalho parece fugir da linha das outras três manifestações, visto que aparentemente uma forma de calcular a energia desprendida para mover um objeto num determinado espaço ao se aplicar uma determinada força não está relacionada ao trabalhador apresentado por Portinari ou por Chico Buarque.


Ao pensar que uma definição física normalmente é feita para facilitar cálculos aplicados a objetos e desenvolvimento de máquinas talvez não pareça possível relacionar esta forma de apresentar o tema com as três manifestações anteriores.No entanto, analogamente, a fórmula do salário mínimo resume a energia que o trabalhador desprenderá para se deslocar no período de um mês, considerando que precisa se alimentar, morar, vestir, limpar e se transportar durante este tempo.


Na minha área de trabalho, dentre as manifestações apresentadas, a forma mais aplicável é a definição física, visto que química e física estão relacionadas e é necessário conhecer a energia desprendida no meio de estudo. Porém, assim como a maioria das pessoas, seria uma trabalhadora sujeita a todas as condições e analises feitas a qualquer outro trabalhador.

Comentando textos sobre Cesar Lattes

Os textos que comentei foram os de Fábio Ribeiro, Giulia Gambassi e Yuri Lopes.

sábado, 21 de março de 2009

Modalidades de Textos Científicos

Ensaio

Nesta modalidade de texto científico o autor expõe suas idéias sobre um determinado tema sem esgotar a discussão do mesmo. É necessário apresentar a tese de forma clara e buscando chamar a atenção do leitor desde o princípio, sendo controvertido com uma hipótese plausível e com evidências, sempre tentando fugir do senso comum.

Relatório

Relatórios buscam organizar e apresentar o desenvolvimento de um trabalho, de forma que o processo empregado e os resultados possam ser analisados.

A seqüência textual é narrada, intercalando-se descrições e a estrutura do texto é dividida em introdução, desenvolvimento e conclusão. Na introdução o projeto original, objetivos, relevância do tema e menção a fase em que o trabalho são apresentados. Já no desenvolvimento apresentam-se os resultados, dificuldades e sucessos, assim como o caminho percorrido no desenvolvimento do trabalho.

Por fim a conclusão resume o que já foi feito e os próximos passos no trabalho.

Exemplo de Relatório:

http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me002283.pdf



Artigo Cientifico


Como no relatório apresentam-se resultados obtidos no desenvolvimento de um trabalho científico, porém busca-se a aprovação perante à comunidade acadêmica sobre o conteúdo abordado, de forma que é necessário fundamentar muito bem a hipótese apresentada, os resultados e conclusões obtidos.

O artigo deve apresentar: título, nome dos autores e sua filiação institucional, resumo em português e inglês e um conjunto de palavras chave para facilitar sua localização em periódicos, por exemplo. Assim como introdução, desenvolvimento, conclusão e referências bibliográficas utilizadas para fundamentar a discussão apresentada.

Exemplo de Artigo:

http://quimicanova.sbq.org.br/qn/No%20Prelo/Artigos/AR08258.pdf


Cesar Lattes



Ao dia 11 de julho de 1924 nasceu um dos maiores cientistas brasileiros, Cesare Mansueto Giulio Lattes, que aos dezesseis anos ingressou no curso de física e matemática da USP (Univeridade de São Paulo) e cinco anos mais tarde enfrentaria desafios maiores ainda ao juntar-se a Occhialini Powell, no grupo do professor Cecil Powell na pesquisa de raios cósmicos na universidade de Bristol, na Inglaterra.[1]


A mais de vinte anos Powell pesquisava emulsões radioativas, que por sugestão de Lattes e Occhialini sofreram algumas modificações químicas, sendo melhor aplicadas na visualização de raios cósmicos. Lattes teve uma contribuição singular ao observar duas manchas obtidas por emulsões fotográficas no Pic du Midi, uma maior originando outra menor, a partir do estudo de raios cósmicos, que mais tarde foram foram identificadas como partículas meson. Em busca de mais resultados ele partiu para o Monte Chacaltaya na Bolívia, que era é mais alto e por isso sujeito a maior incidência de raios cósmicos, onde encontrou 30 pares semelhantes aos anteriores. [1], [2], [3]


Em 1947 Lattes, Muirhead, Powell e Occhialini publicaram na revista Nature anunciando que a partícula maior fosse o píon (meson pi), partícula nuclear responsável pela estabilidade do núcleo atômico e que possui massa interemediária entre as massas do próton e do elétron, que havia sido sugerida anteriormente (1935) por Hideki Yukawa, cientista japonês. [1], [2], [3]


Anos antes Anderson e Neddermeyer, haviam identificado uma partícula que sugeriram ser o pion, porém os estudos de Lattes, Powell e Occhialini mostraram que a partícula encontrada era na verdade aquela formada pelo meson pi e que aparecia como o segundo rastro no par revelado.[3]


Em 1948 Lattes, sendo beneficiado pelo momento político entre Brasil e Estados Unidos, conseguiu superar as restrições aplicadas para participar de grupos de pesquisa neste país e teve a oportunidade de utilizar o maior acelerador de partículas existente na época, onde ele e Eugene Gardner, na universidade de Berkeley, detectaram o méson pi artificial. Ainda neste ano Lattes criou com amigos bolivianos condições para a implantação do futuro laboratório de físicas cósmicas em La Paz. [1]


Nos anos seguintes contribuiu com a implantação de diversos grupos voltados ao desenvolvimento científico, como a criação do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (1949), componente do primeiro conselho diretor do Conselho Nacional de Pesquisas – CNPQ – (1951-1955), criação de um laboratório para estudos de interações a altas energias na radiação cósmica na USP, liderou as reuniões da colaboração Brasil:Japão sobre interações a alta energia com radiação cósmica, que acompanhou até pouco antes de sua morte em 2005, e atuou como professor titular no Instituto de Física da Unicamp “Gleb Wathagin”, que ajudou a criar. Além disso, o cientista foi responsável por convencer políticos e empresários que investir em ciência valia a pena. [1]


Estes anos de trabalhado renderam a César Lattes mais de sessenta artigos nacionais e internacionais, além de prêmios e títulos. Também foi membro das sociedades Brasileira, Americana, Alemã, Italiana e Japonesa de Física, entre outros, contribuindo para a formulação de políticas e diretrizes de ação. [1]


Dentre os prêmios faltou o Nobel, porém o cientista atribui a este fato ter continuado seu trabalho com raios cósmicos em outras regiões do mundo, pois, no outro caso ficaria escrevendo cartas de recomendação pelo resto da vida. [2]


Ao longo dos seus 80 anos, contribuiu cientificamente para o mundo com pesquisas que estão no topo do desenvolvimento tecnológico atual e, sem medo de arriscar, impulsionou o desenvolvimento de grandes grupos e cientistas, apenas pelo desejo de conhecer o universo na imensa magnitude que os átomos e os raios cósmicos podem nos contar.




Referências Bibliográficas

[1] - Acervo do Siarq - Uicamp - sobre a vida de Cesar Lattes, disponível em , acessado no dia 21 de março de 2009.
[2] - Escalada de Cesar Lattes, de Germana Barata e Flávia Natércia,
Revista Scientific American Brasil - Ano 3 - Nº 35 (04/2005), disponível em , acessado em 21 de março de 2009.
[3] - Cinquenta anos do méson pi, grupo de História e Teoria da Ciência, IFGW, Unicamp, disponível em , acessado em 21 de março de 2009.

Referências de Imagens

[1] - Escalada de Cesar Lattes, de Germana Barata e Flávia Natércia, Revista Scientific American Brasil - Ano 3 - Nº 35 (04/2005), disponível em , acessado em 21 de março de 2009.
[2] - Cinquenta anos do méson pi, grupo de História e Teoria da Ciência, IFGW, Unicamp, disponível em , acessado em 21 de março de 2009.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Memorial comentado

Após ler os blogs inscritos na disciplina AM 038, optei por comentar o memorial da Joselene, que pode ser visto aqui. O motivo desta escolha é o maior número de semelhanças encontradas entre minha trajetória acadêmica e a dela.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Memorial da Minha Trajetória Acadêmica

Nascida em Campinas, ao dia 09 de outubro de 1986, Gabriela Zanotto Bosshard viveu até os 18 anos em Cosmópolis, quando se mudou com a família para Paulínia.


Iniciou o ensino fundamental aos 7 anos de idade na escola estadual “Rodrigo Octavio Langaarde Menezes”, onde ficou até a quarta série e adquiriu gosto por matemática, destacando-se pela facilidade com os números.


Em 1998, ao ingressar na quinta série, passou a ter aula com diferentes professores, havendo um foco maior para cada disciplina, o que fez seu interesse em matemática e ciências, posteriormente dividida em química, física e biologia, aumentar. A amizade que fez com os professores destas disciplinas serviu de incentivo para aprender sempre mais.


Na oitava série uma amiga comentou que pensava em fazer curso técnico de química. E mesmo nunca tendo pensado em seguir a carreira de química, Gabriela sempre gostou quando o pai, que é químico, lhe ensinava pequenos experimentos, como extrair clorofila de folhas. No fim do ano prestou vestibulinho e, no ano seguinte, iniciou o ensino médio na escola técnica estadual “Conselheiro Antonio Prado”, mais conhecida como ETECAP, onde cursou o técnico em química também.


Nos 3 anos que estudou na Etecap se apaixonou por química e pela escola, onde desenvolveu vários projetos, dentre eles um jornal que teve 6 edições, inclusive uma comemorativa de 40 anos da escola, assim como uma peça de teatro e um projeto de jardinagem. Esses projetos aguçaram sua criatividade e vontade de aprender. Diversas vezes, entre as aulas, escolhia livros na biblioteca para estudar conteúdos de química que não eram abordados no curso técnico.


No meio de 2004, terminou o curso técnico e iniciou o estágio no CPQBA – Unicamp, onde ficou até fevereiro de 2005, pois em março iniciaram-se as aulas do curso de química na Unicamp.