sábado, 21 de março de 2009

Cesar Lattes



Ao dia 11 de julho de 1924 nasceu um dos maiores cientistas brasileiros, Cesare Mansueto Giulio Lattes, que aos dezesseis anos ingressou no curso de física e matemática da USP (Univeridade de São Paulo) e cinco anos mais tarde enfrentaria desafios maiores ainda ao juntar-se a Occhialini Powell, no grupo do professor Cecil Powell na pesquisa de raios cósmicos na universidade de Bristol, na Inglaterra.[1]


A mais de vinte anos Powell pesquisava emulsões radioativas, que por sugestão de Lattes e Occhialini sofreram algumas modificações químicas, sendo melhor aplicadas na visualização de raios cósmicos. Lattes teve uma contribuição singular ao observar duas manchas obtidas por emulsões fotográficas no Pic du Midi, uma maior originando outra menor, a partir do estudo de raios cósmicos, que mais tarde foram foram identificadas como partículas meson. Em busca de mais resultados ele partiu para o Monte Chacaltaya na Bolívia, que era é mais alto e por isso sujeito a maior incidência de raios cósmicos, onde encontrou 30 pares semelhantes aos anteriores. [1], [2], [3]


Em 1947 Lattes, Muirhead, Powell e Occhialini publicaram na revista Nature anunciando que a partícula maior fosse o píon (meson pi), partícula nuclear responsável pela estabilidade do núcleo atômico e que possui massa interemediária entre as massas do próton e do elétron, que havia sido sugerida anteriormente (1935) por Hideki Yukawa, cientista japonês. [1], [2], [3]


Anos antes Anderson e Neddermeyer, haviam identificado uma partícula que sugeriram ser o pion, porém os estudos de Lattes, Powell e Occhialini mostraram que a partícula encontrada era na verdade aquela formada pelo meson pi e que aparecia como o segundo rastro no par revelado.[3]


Em 1948 Lattes, sendo beneficiado pelo momento político entre Brasil e Estados Unidos, conseguiu superar as restrições aplicadas para participar de grupos de pesquisa neste país e teve a oportunidade de utilizar o maior acelerador de partículas existente na época, onde ele e Eugene Gardner, na universidade de Berkeley, detectaram o méson pi artificial. Ainda neste ano Lattes criou com amigos bolivianos condições para a implantação do futuro laboratório de físicas cósmicas em La Paz. [1]


Nos anos seguintes contribuiu com a implantação de diversos grupos voltados ao desenvolvimento científico, como a criação do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (1949), componente do primeiro conselho diretor do Conselho Nacional de Pesquisas – CNPQ – (1951-1955), criação de um laboratório para estudos de interações a altas energias na radiação cósmica na USP, liderou as reuniões da colaboração Brasil:Japão sobre interações a alta energia com radiação cósmica, que acompanhou até pouco antes de sua morte em 2005, e atuou como professor titular no Instituto de Física da Unicamp “Gleb Wathagin”, que ajudou a criar. Além disso, o cientista foi responsável por convencer políticos e empresários que investir em ciência valia a pena. [1]


Estes anos de trabalhado renderam a César Lattes mais de sessenta artigos nacionais e internacionais, além de prêmios e títulos. Também foi membro das sociedades Brasileira, Americana, Alemã, Italiana e Japonesa de Física, entre outros, contribuindo para a formulação de políticas e diretrizes de ação. [1]


Dentre os prêmios faltou o Nobel, porém o cientista atribui a este fato ter continuado seu trabalho com raios cósmicos em outras regiões do mundo, pois, no outro caso ficaria escrevendo cartas de recomendação pelo resto da vida. [2]


Ao longo dos seus 80 anos, contribuiu cientificamente para o mundo com pesquisas que estão no topo do desenvolvimento tecnológico atual e, sem medo de arriscar, impulsionou o desenvolvimento de grandes grupos e cientistas, apenas pelo desejo de conhecer o universo na imensa magnitude que os átomos e os raios cósmicos podem nos contar.




Referências Bibliográficas

[1] - Acervo do Siarq - Uicamp - sobre a vida de Cesar Lattes, disponível em , acessado no dia 21 de março de 2009.
[2] - Escalada de Cesar Lattes, de Germana Barata e Flávia Natércia,
Revista Scientific American Brasil - Ano 3 - Nº 35 (04/2005), disponível em , acessado em 21 de março de 2009.
[3] - Cinquenta anos do méson pi, grupo de História e Teoria da Ciência, IFGW, Unicamp, disponível em , acessado em 21 de março de 2009.

Referências de Imagens

[1] - Escalada de Cesar Lattes, de Germana Barata e Flávia Natércia, Revista Scientific American Brasil - Ano 3 - Nº 35 (04/2005), disponível em , acessado em 21 de março de 2009.
[2] - Cinquenta anos do méson pi, grupo de História e Teoria da Ciência, IFGW, Unicamp, disponível em , acessado em 21 de março de 2009.

4 comentários:

  1. Um belo texto, e um detalhe importante que me chamou a atenção foi o seu cuidado em citar todas fontes.

    Parabéns.

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  2. olá Gabi, tudo bom?
    o seu texto sobre Cesar Lattes foi muito bem escrito, você articulou bem o texto das referências utilizadas, selecionou bem as figuras, e enumerou suas descobertas. Como você mesmo disse: faltou o prêmio Nobel!!até mais, Renato

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  3. Cara colega Gabi,

    Sem dúvida nenhuma não posso descordar dos meus amigos que comentaram esse seu post antes de mim. A forma como você escreveu o texto, com parágrafos curtos e de ótima qualidade impressiona a qualquer um. A sua bibliografia tambem é muito apreciavel, pois citou as fontes da onde extraiu suas informações, que torna o seu texto muito mais legitimado.
    Eu não sou a pessoa mais correta para orientar nesse sentido, mas acredito que ocerrou alguma falha durante o processo de criação do texto e em alguns pontos não houve concordância verbal. Por exemplo : "...porém os estudos de Lattes, Powell e Occhialini mostrou que a partícula encontrada era na verdade..." --> "...porém os estudos de Lattes, Powell e Occhialini mostraram que a partícula encontrada era na verdade...".
    Acredito que com a prática esse tipo de falha deixa de acontecer com o tempo.
    Continue assim, vamos escrever sempre, e quem sabe até o fim da disciplina nós possamos estar melhor.

    Obrigado pela atenção, espero que admire a crítica por todos os aspectos.

    Guilherme

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  4. Oi Gabi!

    Gostei muito da forma como você descreveu a trajetória desse tão interessante cientista. Citando todas as fontes deixou o texto com aspecto muito científico, perfeito para a nossa abordagem.

    Adorei o último parágrafo, fechou com chave de ouro!

    Parabéns.
    Beijos

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